16/03/2011
108º Boletim Chuteira News
AROUCA MOSTRA EFICIÊNCIA E VENCE CLÁSSICO DOS AS PELA PRIMEIRA VEZ
Em primeiro tempo repleto de surpresas, gols em sequência da esquadra alva fazem a diferença e decidem partida
Por Luiz V. Andreassa
O clássico dos As se mostrou o clássico das reviravoltas também. Com gols inesperados, reações e papéis invertidos, a partida certamente deve ter agradado àqueles que acreditam na justiça do futebol, uma vez que o Arouca finalmente venceu com relativa tranquilidade aquele que sempre foi um de seus algozes no Chuteira de Ouro (o outro é o SNG) .
Para explicar melhor, vamos falar do jogo em si. O Arouca, buscando quebrar o tabu de nunca ter vencido o rival, foi logo para a pressão, levando a redonda de pé em pé com o intuito de furar o bloqueio adversário. E essa vontade toda começou a se transformar em chances reais a partir dos 5 minutos, quando Mau recebeu bom passe, aplicou um chapéu sensacional no defensor adversário e bateu pro gol. Contudo, a redonda saiu pela linha de fundo.
Os zagueiros do Acidus tinham dificuldade para sair jogando devido à marcação exercida por todo o time adversário, que se mantinha em cima. Em cobrança de falta, Marquinhos Bohn só não abriu o placar graças à bela defesa do goleiro Urso. Era uma questão de tempo para o gol do time branco sair.
Todavia, depois de 15 minutos de domínio quase absoluto, a equipe viu o matador Paulinho aparecer para definir. O atacante, que já havia tentado em um lance de cabeça, posicionou-se bem em uma disputa de bola entre o companheiro Luiz Fernando e dois marcadores. Na confusão, a pelota sobrou limpinha para ele dentro da área, pedindo para ser jogada para as redes. E foi o que ele fez: com muita competência, mandou um chute indefensável direto no ângulo. Placar surpreendente, visto que tudo indicava que o Arouca estrearia o marcador.
Depois do gol, o time acre cresceu, ganhou confiança e conseguiu equilibrar as ações. Paulinho se movimentava bem entre a zaga adversária, dando trabalho para os marcadores, enquanto Lói comandava a defesa para evitar a pressão do time branco.
Foi quando tudo parecia indefinido que o Arouca conseguiu achar o caminho do gol. E anotou um. E mais um. E outro logo em seguida. Três gols em apenas dois minutos, um golpe fulminante, que pegou a todos de surpresa e virou não só o placar, mas toda a história da partida. Aos 22 minutos, Tché recebeu passe alto para trás e cabeceou com eficiência para empatar: 1 x 1. Logo depois, tabela na área do Acidus e Orley recebe livre para fazer mais um. No lance seguinte, mais uma vez Tché e Orley furaram a defesa. Coube ao primeiro fazer belo passe para o camisa 15 ampliar e decretar o 3 x 1, uma virada incrível! Ainda houve tempo para mais uma chance que quase resultou no quarto, com um chute de (adivinhem!) Tché que bateu na zaga, enganou o goleiro e quase entrou.
O espetacular final do primeiro tempo ditou o ritmo da segunda etapa. Ao invés de recuar e se fechar na defesa, o Arouca seguiu pressionando e não deixando o Acidus jogar. E logo no primeiro minuto, um dos lances mais incríveis de todo o jogo: um cruzamento de Orley pela esquerda que pegou toda a defesa adversária despreparada. A bola foi na cabeça do companheiro livre, Dih, debaixo da trave, que mandou para fora. Pouco depois, Caio Martins aproveitou rebote da zaga para arriscar para o gol. Peruca tirou em cima da linha, salvando o Acidus do quarto gol. No rebote, mais um chute. Porém, a bola bateu na trave e saiu.
A pressão finalmente deu resultado quando Tché novamente fez boa jogada, driblou o marcador e cruzou para Orley concluir. Depois disso, o jogo seguiu sem mais surpresas, com o Arouca administrando bem a vantagem e criando algumas chances, que foram ficando mais escassas com o passar do tempo e a aproximação do fim da partida. Nos últimos minutos, ainda houve tempo para o goleiro Mauricio trabalhar com competência em duas chegadas do Acidus e evitar gols que dificilmente fariam a diferença por terem acontecido depois dos 25 minutos.
No fim, vitória merecida para o Arouca, que reagiu de maneira excepcional no primeiro tempo e soube administrar no segundo. Líder do Grupo B, a esquadra cândida pega o SPQSF na próxima rodada, enquanto o Acidus enfrenta um inconformado Fora de Série.
23/03/2011
109º Boletim Chuteira News
ACIDUS DOMINA, MAS PERDE PARA FORA DE SÉRIE
Goleiro Rafael garante vitória suada do Fora ao pegar tudo e mais um pouco no gol
Por Luiz V. Andreassa
Após sofrerem derrotas amargas na primeira rodada, Fora de Série e Acidus se enfrentaram sedentos pela primeira vitória nesta edição do Chuteira de Ouro. E esta foi uma daquelas partidas em que um time joga melhor e domina o jogo até o final, mas acaba sendo derrotado por uma atuação espetacular do goleiro adversário – como no último Palmeiras e Corinthians pelo Campeonato Paulista. Rafael foi o Julio César da vez e evitou diversas chegadas perigosas que tirariam a vitória de sua equipe. Ao Fora, coube aproveitar as falhas do amarelo limão e fazer o que o Acidus não conseguiu – gols.
O time ácido, desta vez, partiu para cima do adversário para que a história fosse diferente da do último jogo – no qual perdeu por ter sido encurralado pelo Arouca. O jogo começou movimentado. Enquanto Marcelo comandava as ações do Acidus, lá atrás, a defesa da equipe se preocupava em marcar os perigosos alas do atual vice-campeão da Série Ouro: Rodrigo Cunha e Renan. A marcação sobre a dupla de atacantes do Fora de Série foi realmente efetiva na maior parte do tempo. O problema é que os marcadores acidianos aparentemente esqueceram de Cachaça, que começou a decidir quando recebeu na área livre e, com habilidade, esperou o goleiro Ulisses cair para tocar por cima e abrir o placar.
O gol não abateu o adversário, que respondeu com um chute de fora da área de Paulinho. O lance obrigou o goleiro a mandar para escanteio. Na cobrança, Juba cabeceou com muito perigo, mas mandou para fora. O Acidus continuou crescendo no jogo, chegando perto do empate com dois chutes de Marcelo (o segundo deu trabalho para Rafael defender). Pouco depois, foi a vez de Cássio exigir boa defesa do arqueiro rival. O Fora de Série respondeu com uma falta perigosa que Rodrigo Cunha bateu com força no meio do gol, obrigando Ulisses a espalmar o balaço para fora.
A reação do Fora não parou por aí. Primeiro, Rodrigo perdeu uma chance incrível ao cabecear a redonda por cima do travessão. Em seguida, Cachaça aproveitou nova falha da defesa e conseguiu ficar cara a cara com o goleiro. O craque etílico da equipe royal foi mais competente na hora de finalizar, anotando mais um para seu time.
O Acidus voltou com os ânimos renovados para o segundo tempo. Tanto que, aos 4 minutos, o zagueiro Lói perdeu boa chance ao chutar para fora uma bola sobrada quando o goleiro estava quase batido no lance. Já com Louiz foi diferente: ele recebeu no meio e, com uma bomba talvez defensável (único lance em que a habilidade do arqueiro adversário pode ser questionada) no canto, descontou o placar.
A equipe cítrica continuava melhor na partida – que parecia mais equilibrada e perto do empate. Porém, Rodrigo Cunha finalmente conseguiu aparecer ao receber passe de Cachaça. O atacante chutou forte em direção ao gol de Urso, que fez milagre ao saltar na bola, mas ninguém espanou o rebote, que ficou para Rodrigo Cunha fuzilar e anotar 3 x 1.
O gol fez com que o Fora de Série ganhasse confiança e passasse a aproveitar o espaço maior que Rodrigo e Renan encontravam na zaga adversária. Foi assim que quase saiu o quarto da equipe: o primeiro rolou para o companheiro bater cruzado; um chute forte que raspou no travessão. Só que o Acidus não estava morto e Borges marcou ao receber, livre, um cruzamento de Louiz sobre a linha.
Mais uma vez, um gol mudou as condições da partida. Desta vez, foi o time verde que passou a crescer em produção. Prova disso foi a ótima chance que Paulinho teve nos seus pés para empatar. O craque recebeu em ótima condição para finalizar, mas, para variar, o goleiro Rafael foi decisivo ao fazer uma intervenção incrível na saída do gol. Pouco depois, Marcelo também criou boa chance ao fazer uma embaixadinha com a bola e, de voleio, chutar forte para fora. Para responder, Rodrigo Cunha, mais uma vez, fez boa jogada, saiu de dois marcadores e invadiu a área. O goleiro Urso teve de sair para fazer a defesa.
O tempo ia passando e o Fora de Série tentava manter a preciosa vitória que conquistava. O atacante Marcelo, do Acidus, ajudou ao prender demais a bola, coisa que irritou muito os companheiros e gastou tempo precioso para o empate. Mesmo assim, o lance decisivo veio a poucos minutos do fim, numa defesa milagrosa do arqueiro, que barrou um chute à queima roupa de Borges no canto esquerdo. Tal qual um gato, ele saltou e tirou ela de dentro do gol. Diante da muralha azul e branca o Acidus feneceu e amarga sua segunda derrota. Placar injusto pelo que os dois times apresentaram, mas merecidíssimo se levarmos em conta a atuação do goleiro Rafael. Aliás, contratação de Orley, um espectador do lado de fora que não escondia o sorriso a cada defesa de “seu” goleiro.
30/03/2011
110º Boletim Chuteira News
ACIDUS EMPATA COM SPQSF E CONTINUA SEM VENCER
Igualdade no placar também prejudica os bocas-sujas, que amargam a sétima posição
Por Luiz V. Andreassa
O empate é o placar mais sem graça do futebol e, na maioria dos casos, desagrada ambas as equipes que o constroem. E foi justamente esse o caso do resultado do embate entre Acidus e Se Perder Que Se Foda, um 3 x 3 bem disputado, mas que deixou os dois entre os últimos colocados do Grupo B da Série Ouro. Situação crítica para o time cítrico (forte candidato a ser rebaixado) e para o laranja e preto, que precisa de mais pontos para evitar a volta precoce à Prata.
Quem dominou a primeira etapa foi justamente o vice-campeão da “segunda divisão” do Chuteira na temporada passada, abrindo o placar logo aos 20 segundos com cabeçada eficiente de Jajá após lançamento de trás. Falha bisonha do setor defensivo do Acidus. Em seguida, Douglas quase ampliou com uma bomba cruzada de perna esquerda – muito bem defendida por Urso. O perigo continuava rondando a meta da equipe ácida: após receber passe Jajá, Safa chutou de primeira com o pé esquerdo, colocado, direto no travessão.
Apesar do melhor desempenho do SPQSF, o Acidus conseguiu pressionar em uma sequência de finalizações que foram barradas pelo goleiro Serafim e pela defesa. Louiz foi o que mais ofereceu perigo ao goleiro: o meia recebeu no meio da quadra e, com espaço para finalizar, mandou um petardo no travessão.
A partir desse momento, a zaga dos bocas-sujas passou a jogar com mais atenção, subjugando as investidas do oponente com ações efetivas e seguras de Fernandinho, Douglas e Marinho. Dessa forma, os atacantes do SPQSF se sentiram mais confiantes para ir a frente e perder algumas chances, como no lance em que Safa ficou com um rebote de frente para o gol e mandou para fora. O camisa 11 ainda errou uma finalização por cima da meta após aproveitar bola sobrada na área.
Aos 18 minutos, foi a vez de Fernandão – que vinha bem no apoio ao ataque – carimbar o poste com um belo chute cruzado. A redonda então sobrou limpinha para Jaja perder um gol feito, coisa que ele não costuma fazer. Apesar da falta de inspiração dos homens de frente do Acidus, a lição do SPQSF veio quando Serafim (que esteve muito bem na última partida) foi pegar uma bola fraquinha e se atrapalhou todo, soltando a redonda nos pés de Marcelo, que não perdoou: tudo igual no primeiro tempo.
A segunda etapa começou parecida com a anterior: com bola na trave. E desta vez logo aos 30 segundos, quando Jajá mandou uma paulada pela direita. Porém, na sequência, veio o segundo tento de sua equipe. O responsável foi Fernandão, que mandou a redonda de carrinho depois que esta sobrou dentro da área. O terceiro gol quase deu as caras em finalização cheia de categoria, mas com pouca força, de Rodi. Urso evitou o chute sem problemas.
Falando no arqueiro do Acidus, ele fez milagre ao defender um chute forte vindo de trás, aos 5 minutos, e barrar o rebote que Rick não soube aproveitar. Duas belas defesas seguidas.
Mas as redes de Urso voltaram a balançar no minuto seguinte, e novamente em gol de Fernandão, que concluiu a partir de um presente da zaga adversária: Juba tentou tirar a redonda da área, mas acabou mandando-a direto para os pés do camisa 16. Ele não perdoou e fez 3 x 1.
Quando a derrota da equipe verde-limão parecia eminente, os jogadores comandados por Lucas resolveram mostrar toda a sua raça para conseguir o empate. Primeiro com um chute de Cássio, que recebeu passe de Luiz Fernando depois que este roubou a bola em saída ruim de Serafim. Pouco depois, Borges passou para Juba, livre, apenas empurrar a pelota para o fundo do gol. Empate rápido e impressionante do Acidus, bem quando o time parecia morto na partida.
O equilíbrio então passou a reinar em quadra. Até porque as defesas começaram a trabalhar com mais afinco. Mesmo assim, Gian perdeu boa chance de recolocar sua equipe em vantagem ao chutar para fora em contra-ataque pela esquerda. Como resposta, Marcelo tocou para Luiz Fernando, que só não virou o placar graças à saída importantíssima do arqueiro rival.
De resto, algumas chances e poucas emoções – o que manteve o placar intacto até o apito final do árbitro. Apesar de ter jogado melhor durante a maior parte do tempo, o SPQSF amargou o empate quando a vitória parecia próxima. O Acidus, por sua vez, conseguiu jogar de igual para igual só a partir dos 8 minutos da segunda etapa, quando demonstrou muita raça e aproveitou as chances que teve. E não é de bola na rede que vive o futebol? Logo, resultado justo no fim das contas.
05/04/2011
111º Boletim Chuteira News
EM DUELO CHEIO DE EMOÇÕES E POLÊMICAS, ACIDUS E SÓ RESENHAM TERMINAM NA IGUALDADE
Brunão, com quatro gols, foi o destaque resenheiro, enquanto Ulisses salvou o time ácido com suas defesas
Por Luiz V. Andreassa
Se na rodada passada tivemos o embate épico e imprevisível entre Arouca e The Veras, a partida entre Acidus e Só Resenha não ficou devendo em nenhum quesito em relação à anterior. Tudo porque não faltaram ingredientes para deixar o jogo mais apimentado que comida mexicana. A raça e a determinação de todos os jogadores também foram destaques que acrescentaram ao espetáculo.
Mas vamos deixar de papo e ir logo ao que interessa: o jogaço em si! Ele começou bastante movimentado, com os dois times correndo freneticamente atrás da bola e deixando de lado a técnica e a organização, o que pode ser exemplificado pelo lance em que Lói, melhor jogador do Acidus na partida, fez um desarme com muita raça e fez questão de chamar a atenção e incentivar os companheiros. E o fez com razão, pois para a sua equipe a vitória era necessária para sair da lanterna. Mas o defensor logo pôde se acalmar pois, aos 8 minutos, o ritmo de muita vontade e poucas chances foi quebrado pelo balançar das redes. Das redes do Só Resenha. Louiz chamou a responsabilidade, dominou a redonda fora da área e, com um chute forte de bico a mandou direto no cantinho, sem chances de defesa.
Se esse tento já foi bonito, o que dizer do próximo? Talvez seja mais fácil falar do domínio de Paulinho, fazendo embaixadinhas com a pelota. Ou talvez contar sobre a bomba de peito de pé, com ela ainda no alto, que mais uma vez impediu qualquer reação de Dalonso. 2 x 0 cravado com um golaço de encher os olhos.
Só que do outro lado estava o Só Resenha, um adversário forte, até então invicto na competição. E para mostrar o seu poder de fogo, a equipe tricolor chegou com um chute cruzado de Batata que acertou a trave após saída errada do goleiro Urso. No rebote, Brunão estava lá para conferir e descontar. E quem viu o também jogão do seu time contra o Fúria – ou leu a matéria do mesmo –, sabe que o camisa 17 foi muito bem e fez dois gols quando o placar apontava 4 x 1 para o Fúria. Desta vez ele não fez por menos e, para manter a boa fase, deu show em quadra, o que vai poder ser comprovado com o desenrolar desta matéria. E foi assim que a partida melhorou e ficou mais aberta. Os jogadores do Acidus perceberam o crescimento do rival e começaram a marcar em cima, algumas vezes exagerando na força. Da força saiu a falta, da falta saiu o empate. Brunão cobrou a infração com um chute que contou com desvios providenciais no meio do caminho para decretar a igualdade no marcador. Igualdade essa justa por aquilo que os dois times apresentaram na primeira etapa.
Tem melhor jeito de começar um segundo tempo do que com gols logo nos primeiros lances? Luiz Fernando logo fez questão de devolver a vantagem para o Acidus ao receber livre dentro da área um passe em cobrança de falta de Peruca. A zaga do Resenha só ficou assistindo ele fazer o terceiro de seu time sem esforço. O goleiro tirou de dentro do gol e foi anotado o 3 x 2. Mas nem houve tempo para comemoração, pois logo a igualdade foi estabelecida mais uma vez. E dos pés de quem saiu o empate? Sim, dele mesmo, de novo, Brunão Hidalgo, que mandou uma bomba no cantinho. O goleiro Ulisses – que havia entrado no intervalo – ainda foi buscar a bola, tocou nela, mas não a impediu de seguir rumo às redes. 3 x 3.
Como se não bastasse, quase que a virada resenheira saiu em chute colocado de Renatinho, que o goleiro do time ácido evitou com muita competência. Em resposta, Marcelo também chegou com perigo, desperdiçando grande chance ao finalizar, dentro da área, no rosto do defensor adversário. Como castigo, no minuto seguinte a equipe verde, preta e branca passou à frente no marcador com um belo gol de... Brunão! Desta vez, ele recebeu passe dentro da área e foi bastante ágil para dominar a pelota e, rapidamente, dar uma cavadinha para tirá-la totalmente de Ulisses, que já estava em cima do lance, mas não teve chance para defender. Na jogada seguinte foi a vez do Acidus responder rapidamente e re-empatar a partida em chute rasteiro de Borges, que acertou o meio do gol. Devido à confusão que impedia a visão de Dalonso, a redonda não teve obstáculos para chegar às redes.
O jogo ia esquentando cada vez mais à medida que saíam os gols e ferveu de vez em lance muito polêmico. O Só Resenha chegou ao ataque e Dhani fez uma obra de arte ao mandar um voleio perfeito no cantinho, mas que não valeu por causa da marcação do árbitro, que assinalou infração pelo alto a favor da equipe verde-limão segundos antes. Foi aí que a paciência dos jogadores tricolores começou a ser testada. A partida continuou muito disputada, cheia de raça e determinação de ambos os lados. E, mais uma vez, Ulisses apareceu muito bem ao fazer milagre em duas finalizações seguidas, a segunda à queima-roupa. Já no fim, Borges teve ótima oportunidade de recolocar o seu time na frente ao receber, na cara do gol, um cruzamento vindo da esquerda. Ele não pegou bem na bola e a mandou por cima quase em cima da linha! Incrível o gol perdido.
Pouco depois, as emoções ficaram ainda mais à flor da pele quando Luiz Fernando levou cartão vermelho em decorrência de uma falta cometida em Dhani, fora do lance no meio de campo. Mesmo assim, o Acidus foi heróico, reagiu e conseguiu a virada aos 25 minutos com Juba aproveitando bola que sobrou nos seus pés, perto da trave após cobrança de escanteio. Mas ainda havia tempo para mais acontecimentos? Sim, e como havia! Pouco depois, foi a vez de Vitinho ser expulso. O camisa 23 saiu de quadra xingando o árbitro, a exemplo do que fizeram seus companheiros de time, que começaram a reclamar sobre um suposto favorecimento ao adversário por ele ser treinado por Lucas. A velha desculpa do “time da organização”, que não cola mais mas sempre aparece alguns para usá-la quando bem convém.
Enfim, em meio a discussões, correria e pressão do Só Resenha, veio a cereja do bolo, a salvar também a arbitragem, que sairia apedrejada caso o Resenha perdesse: Peruca não isola e tenta sair jogando, a bola cai para o atacante que adianta a bola para a área e vê o goleiro Ulisses sair para tirar. Pênalti anotado e Renatinho vai para a cobrança. Urso assumiu o gol ácido devido ao cartão amarelo a Ulisses. O atacante correu e escolheu o lado. Sem pestanejar, bateu à esquerda do arqueiro adversário para deixar tudo igual novamente. Era o empate no último lance da partida, que ainda teve muito choradeira do Resenha e lamentação do Acidus, que deixou a vitória escapar nos acréscimos.
No fim das contas, um ponto nada festejado para cada equipe, até porque o Acidus não saiu do último lugar e o Resenha caiu para a 6ª colocação. Porém, polêmicas à parte, ninguém pode questionar a emoção e a qualidade do confronto, o melhor da tarde em se tratando de Série Ouro.
12/04/2011
112º Boletim Chuteira News
ACIDUS VOLTA A “APAGAR” E SUCUMBE DIANTE DO BACANA
Bacana envolve Acidus com toque de bola e faz resultado ainda no primeiro tempo
Por Luiz V. Andreassa
E segue o calvário do time de Lucas e Lói nesta edição da Ouro: depois de sofrer o empate do Só Resenha no último lance na rodada anterior, o Acidus sofreu sua terceira derrota em cinco jogos e se manteve na zona de rebaixamento. Do outro lado, só alegria para o Bacana, líder do Grupo B e garantido no mata-mata.
No primeiro tempo os times foram tão diferentes quanto céu e inferno. Inferno astral da péssima fase do Acidus e céu do Bacana, que tem um ótimo elenco e vive no paraíso na parte mais alta da tabela. Tamanha paz não foi quebrada nem pelo gol de Louiz logo no primeiro minuto. Ele ganhou na corrida do marcador – que caiu sozinho no chão – e saiu na cara do gol: aí ficou fácil e foi só tocar na saída de Kiko. O empate veio 3 minutos depois, quando Lele dominou no peito pelo meio e teve boa visão de jogo para ver a passagem de Rômulo na direita. Este dominou sem marcação e bateu firme e rasteiro para vencer Urso.
A partir daí, o domínio das ações passou para o lado bacana, que chegou bem nos próximos lances. Primeiro, Lele tentou o seu segundo tento em chute no cantinho que o arqueiro defendeu. Em seguida, ele apareceu de novo batendo cruzado da entrada da área e acertando a trave. Yanes fez boa jogada pelo lado esquerdo na sequência e finalizou para mais uma intervenção de Urso, que quase deixou a redonda escapar.
Enquanto tentava se ajustar em quadra, o Acidus via o adversário crescer e o empurrar cada vez mais para a defesa. Aos 10 minutos, sucumbiu à pressão. Yanes carregou pelo meio e, mesmo entre os zagueiros, conseguiu finalizar, acertando o cantinho. Sem dar tempo para o rival respirar, o camisa 9 foi às redes mais uma vez em jogada rápida, na qual ele driblou o guarda-metas e, quase sem ângulo, fez o terceiro. Dois golpes duros em sequência que a equipe verde não conseguiu absorver.
A partida seguiu completamente bipolar: de um lado, um Bacana ligado e com tanto ímpeto e fome de bola que às vezes exagerava até nas faltas; de outro, um time perdido, sem vontade e sem organização. Mesmo assim, Marcelo esboçou uma reação ao chutar de esquerda para defesa de Kiko com o pé. Mas antes de qualquer sinal de mudança, Rômulo fez uma pintura: saiu da marcação, invadiu a área e mandou de cobertura na saída do goleiro. E se o Acidus já parecia condenado na partida, ele beijou o diabo quando levou o quinto no último lance da primeira etapa: Danilo encontrou João Pereira na direita. Este bateu forte para fazer seu time comemorar uma merecida goleada.
No intervalo, duas mudanças nas metas: Ulisses entrou no lugar de Urso e, do lado bacana da quadra, André Izique substituiu Kiko. Mas os goleiros não ditam o ritmo do jogo, então o panorama não mudou muito no começo da segunda etapa, tanto que a equipe dourada quase chegou ao sexto em cobrança de falta de Gustavo Izique. Ele mandou uma bomba que parou na bela defesa do camisa 12 ácido. E outra vez o arqueiro salvou o time, desta vez de maneira espetacular ao espalmar um chute de bico do mesmo Gustavo, um petardo advindo de dentro da área que ia no ângulo.
Mas quem estava perdendo o jogo era o Acidus, e seus jogadores precisavam ir para cima. Foi para isso que Marcelo resolveu honrar sua camisa 10 e chamou a responsabilidade para tentar criar boas jogadas e mudar a história da partida. Ele não vinha tendo muito sucesso diante da boa marcação de Rômulo e Pereira, mas aos 8 minutos recebeu na cara do gol após um momento de luz do seu ataque, que tocou bem a bola e o deixou nas condições perfeitas para descontar. Tentando um milagre no meio do inferno, a equipe verde-limão passou a ter mais posse de bola e se lançou à frente, mas descuidou na defesa e quase tomou o sexto. Marcos Wenzel fez linda jogada ao sair de carrinho de um marcador com um chapéu e só não fez um golaço porque a redonda parou mais uma vez em Ulisses.
Aos 15 minutos, Marcelo dominou de costas para o gol no campo de ataque e segurou a bola até perder a chance de girar. Mas antes que alguém pudesse criticá-lo, ele tocou para a chegada de Borges, que bateu cruzado de pé esquerdo e fez o terceiro de sua equipe. Com receio de uma reação verde, o técnico do Bacana pediu tempo. Mesmo assim, os seus jogadores continuavam sem mostrar a mesma vontade da primeira etapa, tanto que tomaram um susto em finalização perigosa de Lói depois de bola afastada pela zaga. A redonda acabou indo por cima do travessão. Como resposta, Lele mandou um chute de primeira no campo de ataque, tentativa que parou mais uma vez em intervenção do ótimo goleiro Ulisses – que merece a titularidade na meta ácida.
Empolgado pelos dois gols, o Acidus continuou em cima e chegou duas vezes com Paulinho. No primeiro lance, ele chegou pela esquerda e bateu rasteiro para defesa de André. Em seguida, recebeu sozinho na área, mas antes que pudesse fazer alguma coisa, viu o goleiro sair bem de sua meta e ficar com a redonda. Com isso, o placar permaneceu inalterado até o apito final.
Mais uma vitória do Bacana, merecida pelo conjunto do jogo e pelo primeiro tempo arrasador. Para o time treinado por Lucas, mais um golpe que o deixa mais perto de disputar a Série Prata na próxima temporada. Mas ainda há tempo de reagir, até porque a equipe não é ruim e conta com bons jogadores, mas não consegue jogar tudo o que sabe. Dentro do jogo, ela vive momentos muito distintos: uma hora joga com vontade e consegue chegar bem na frente e, na outra, se perde completamente em quadra e deixa o adversário deitar e rolar. O problema é que, nos momentos bons, o time faz dois ou três gols e, nos ruins, toma cinco ou seis. Não há time que aguente tamanha inconstância.
24/04/2011
113º Boletim Chuteira News
ACIDUS AMARGA NOVO EMPATE E SEGUE SEM VENCER
Apesar de manter o tabu de não perder para o Fúria, empate foi amargo para equipe de Lói e Cia, que se mantém na zona de descenso e em busca da primeira vitória no ano
Por Luiz V. Andreassa
Foi mais um episódio da novela “Em busca da vitória perdida", que vem desde a primeira rodada contando as aventuras e – principalmente – desventuras do Acidus e seus jogadores em busca de um triunfo que a cada capítulo teima em não acontecer. Desta vez, o vilão foi o Fúria e seu comandante, Thiago Motta, que vem arrasando defesas no campeonato.
No 6º episódio, as primeiras ações indicavam que o jogo representaria aquele típico “enche linguiça”, de poucas emoções e acontecimentos irrelevantes que em nada mudam a história. Porém, no primeiro momento mais forte, o coração dos (tele)espectadores foi testado quando Sucão, em cobrança de falta, passou a bola para Diego na direita bater de perna esquerda, no cantinho, e abrir o placar.
A resposta veio com o candidato a herói Marcelo, mas ele não conseguiu se consagrar, pois, quando teve sua chance ao dominar no bico da grande área, acabou chutando por cima. Azar o dele e de sua equipe, que logo em seguida viram Thiago Motta fazer bonito de cabeça livre e ampliar a vantagem. 2 x 0. A novela mal tinha começado.
Mas não se pode deixar os vilões dominarem a história toda. Paulinho apareceu como o mocinho que prometia salvar o mundo ácido. Em bonita jogada do ataque limão, ele deu um passe de muita categoria com a bola no alto que passou por cima da defesa do Fúria e chegou para Borges chutar do jeito que a redonda veio. Ela, porém, beijou o travessão do mesmo jeito de uma tentativa de beijo do protagonista que a mocinha que se faz de difícil, como vemos nas novelas televisivas. A diferença é que, no fim, os dois sempre ficam juntos e, na realidade, o final nem sempre é feliz. Por isso Lói tratou de dar um exemplo de como parar Thiago Motta com um desarme preciso e providencial quando ambos estavam no mano a mano. Muita vibração do defensor com o lance.
Depois disso, a história passou pelos seus momentos de enrolação, ocasionados pela diminuição das chances de gol que, por sua vez, foram consequência da marcação aplicada das equipes. O ritmo só foi quebrado aos 22 minutos pelo voleio tentado por Peruca, o qual foi dividido e afastado pela zaga. Porém, a emoção voltou a tomar conta da quadra quando Paulinho recebeu livre no segundo pau e apenas completou para o gol, mesmo com Pedro tentando – e quase conseguindo – evitar que a bola chegasse às redes. 2 x 1.
Depois de um primeiro tempo de altos e baixos – como todas as novelas – os dois times foram para o descanso com um placar merecido devido à competência do Fúria para aproveitara as oportunidades que teve mas também com a promessa de uma disputa mais acirrada na sequência.
Depois do intervalo comercial, logo de cara uma reviravolta surpreendeu a todos e acendeu as esperanças do time verde-limão. Peruca empatou a partida ao aproveitar cobrança de escanteio e fez com que seus companheiros visualizassem mais de perto um final feliz. Na sequência, Marcelo quase virou o placar ao receber fora da área, girar e bater por cima. Borges também deixou o camisa 10 mais uma vez em condições de marcar ao passar a redonda para ele na cara do gol, mas Pedro saiu bem de sua meta para afastar o perigo. Isso era apenas um prelúdio para o que logo viria: a grande virada. Marcelo se redimiu chutando cruzado pela direita e obrigando o arqueiro a espalmar a bola nos pés de Paulinho que, livre, teve toda a calma para fazer o seu time passar à frente no marcador.
Só que o vilão resolveu dar as caras. E ele não era Thiago Motta, como todos poderiam imaginar. Não, senhoras e senhores, o real inimigo que tentou a todo custo atrapalhar os planos do Acidus na partida também tem Motta no nome (e não é o Lucas, técnico do Acidus), mas responde por Adriano. Sim, o camisa 10 realmente pôs água no chopp ao receber na intermediária e, sem pensar duas vezes, mandar uma bomba sensacional de primeira que foi direto no ângulo e venceu Ulisses. Golaço para deixar tudo igual mais uma vez e a novela ainda mais dramática.
O tento também serviu para que a equipe vermelha e branca se reencontrasse em quadra e voltasse a jogar bem. Tanto que, em boa trama de seu ataque, Adriano recebeu na esquerda e chutou com a bola no ar, só que para fora. E como os três pontos eram de vital importância para as ambições do Acidus, o time mostrou que não iria se entregar. Ele foi para cima e quase fez o quarto quando Peruca fez o pivô para Borges chegar batendo com perigo para fora. Logo depois, os papéis inverteram-se e o camisa 17 fez o papel de garçom em passe para Peruca mandar uma bomba de perna esquerda defendida por Pedro.
Como os dois adversários haviam melhorado na partida, as forças voltaram a se equivaler e as chances diminuíram durante novo período de tempo. Aos 18 minutos, o Fúria tentou mudar o panorama com Diego, que recebeu passe em profundidade e só foi parado por Ulisses, que saiu bem de sua meta para tirar a redonda de perto da mesma. Thiago Motta voltou a aparecer em jogada pela esquerda na linha de fundo seguida de um cruzamento que o goleiro afastou outra vez. Paulinho respondeu com um chute de peito de pé após dominar e girar na entrada da área e só não fez um belo gol porque Pedro apareceu bem mais uma vez.
No penúltimo minuto, Paulinho teve mais uma vez em suas mãos – na verdade na cabeça – a chance de definitivamente se consagrar como o mocinho da história. Ele cabeceou dentro da área, a bola subiu, encobriu o arqueiro rival, lentamente seguiu seu rumo, aproximou-se da linha que dividia a vitória e o empate, a glória e o desespero, a linha que guardava em si talvez o destino de um time em todo o campeonato. Quando a redonda estava quase atravessando a fronteira final, Adriano Motta apareceu do nada, esticou-se todo e mandou um bico para cima, afastando o perigo. Inacreditável. E ainda houve tempo para o camisa 10 fazer ótima jogada e passar por dois adversários, sendo parado apenas na falta. Sucão foi então para a bola, bateu rasteiro e viu a pelota desviar no meio do caminho e raspar a trave, saindo pela linha de fundo com muito perigo. Como diria Galvão Bueno: “Haja coração, amigo!”.
No fim das contas, empate merecido pelo que os times apresentaram e menos prejudicial ao Fúria que, obviamente, foi vilão apenas para o seu adversário em nossa história e é só mais um time em busca de uma vaga para as finais como todos os outros. Ao Acidus, resta ver os três capítulos finais da novela, quando saberemos quem fica com quem, e se o time limão jogará Ouro ou Prata.
03/05/2011
114º Boletim Chuteira News
ACIDUS PÕE FIM À NOVELA E VENCE A PRIMEIRA JUSTAMENTE SOBRE SEU MAIOR RIVAL
Roleta parou na atuação segura da defesa ácida e na péssima pontaria de seus atacantes, enquanto Acidus soube se fechar e explorar o contra-ataque
Por Luiz V. Andreassa
Seis partidas, trezentos minutos ou cinco horas de jogo, 51 dias. Foi esse o tempo da dura caminhada do Acidus em busca da primeira vitória na atual edição do Chuteira de Ouro. O time de Lucas viveu de tudo: goleadas, derrotas incontestáveis, reveses injustos, empates no último lance, reclamações de favorecimento, piadas e, pior de tudo, o fantasma da Prata ameaçando cada dia mais. Só que foi no chamado “Clássico dos Clássicos”, contra o seu maior rival, o Roleta Russa, que finalmente veio o triunfo. Eu ouvi um “aleluia”?
Brincadeiras à parte, o embate veio em uma semana cheia de clássicos pelo mundo: Real Madrid e Barcelona, Arsenal e Manchester United, São Paulo e Santos, Palmeiras e Corinthians, Flamengo e Vasco... O clima de decisão tomou conta dos jogadores, apesar das conversas amistosas no pré-jogo. Até porque, como nós sabemos, “clássico é clássico e vice-versa” e quando a bola rola é cada um por si, dando tudo pela vitória. Tanto que logo no primeiro lance, no terceiro toque na redonda, ela já foi projetada buscando o gol. Fernando Coelho tentou dar um susto no adversário logo após o pontapé inicial, mas ele mesmo deve ter se assustado com a direção que a bola tomou. Em resposta, Marcelo – que vem crescendo bastante de produção depois de um começo de temporada ruim –, dominou no peito pelo lado esquerdo e rapidamente arrematou, mas mandou para fora.
Quem passou mais perto de abrir o placar foi Salada ao aproveitar uma sobra pelo meio e bater de primeira no canto, passando perto da trave. O camisa 10 do Acidus novamente revidou, desta vez em cobrança de falta que passou pela barreira, mas encontrou Marcão no meio do caminho. E como as marcações se mostravam eficientes, as principais chances criadas foram mesmo dessa maneira: chutes de longe. Quem tentava tocar um pouco mais a bola era os amarelo-limão, mas sem muito sucesso. Tanto que Borges, um dos responsáveis pelo bom desempenho da defesa, se aventurou no ataque e criou boa chance ao desviar uma cobrança de escanteio e ver a bola passar perigosamente pela área pedindo para ser mandada para as redes, o que não aconteceu. Porém, a melhor chance até então foi do Roleta: Brunão mandou de esquerda da intermediária, a bola bateu na zaga, subiu e caiu. Ela ia encobrir Urso, mas este se esticou, tocou na bola e viu ela ainda acertar caprichosamente o travessão antes de sair. Após contar com a sorte neste lance, o arqueiro ácido apareceu muito bem ao defender um chute rasteiro de Buttino, que finalizou de dentro da área.
Essas oportunidades refletiram o domínio que o RR tivera nos últimos minutos e que foi quebrado quando Borges perdeu grande chance de cabeça ao receber lançamento advindo de uma cobrança de lateral e mandar para fora. Foi então a vez da sua equipe buscar o gol com mais gana, e o camisa 17 mesmo quase o fez quando completou cruzamento no segundo pau em cima do goleiro Guaraná. Pouco antes, Peruca também havia chegado com perigo em uma falta cobrada por cima. Mesmo assim, numa escapada do rival ao ataque, aconteceu o lance mais incrível da partida: Mu bateu de perna esquerda pelo lado direito, a bola bateu na trave, bateu na outra e saiu. E para quem pensa que o azar do Roleta parou por aí, a jogada seguiu e Peruca recebeu passe de frente para o gol, mandou uma cavadinha, encobriu o goleiro e fez um belo gol para inaugurar o marcador.
Logo depois disso o árbitro apitou o fim do primeiro tempo e ambos os times voltaram melhores do intervalo. No começo da segunda etapa já tivemos mais emoção que na anterior inteira: no primeiro minuto Marcelo aproveitou rebote cara a cara com o goleiro e não perdoou: 2 a 0. Pouco depois, para não deixar as coisas desandarem de vez, a equipe branca descontou e recolocou fogo na partida: Preto arriscou de longe, Urso – mais uma vez bem – foi buscar no canto mas a redonda sobrou para Mu encher o pé com raiva e chutar no alto.
O tento inspirou o Roleta, que chegou em finalização colocada de Buttino, defendida pelo guarda-metas, que vinha se destacando debaixo das traves. Ele ainda evitou outra chance do adversário, mais uma vez com Mu, desta vez saindo bem de sua meta para evitar o pior.
Só que esse pior aconteceu pouco depois – ou quase. Peruca cometeu falta dentro da área. E falta dentro da área significa pênalti. Brunão foi para a cobrança, avançou à bola, parou, viu o goleiro pular seco, teve tempo de observar o gol aberto, livre para que o empate fosse consumado e chutou... na trave! Inacreditável! Ou como diria Milton Leite: “Que desagradáaaavel!”. Porém, foi outra frase conhecida no meio futebolístico que ecoou na quadra: “Pênalti roubado não entra!”. Assim, o técnico Lucas foi expulso pelo árbitro e teve de ver o jogo ao lado de Nação, em eterna recuperação de cirurgia, do lado de fora.
Pouco depois da expulsão, Buttino passou para Brunão chegar livre na entrada da área e bater por cima. Incrível o gol perdido. Realmente não era o dia do outrora algoz acidiano. E o Acidus teve motivos para comemorar na sequência: Paulinho recebeu cruzamento no segundo pau e, com a bola no alto, emendou um belo chute no ângulo,fazendo uma pintura para ampliar a vantagem da sua equipe e se redimir de gol perdido de cabeça em jogada semelhantes minutos antes.
Com “folga”, Marcelo quis fazer bonito também e quase acertou a caixa depois de cortar para o meio e finalizar de perna esquerda. Buttino respondeu com um arremate desviado pela zaga que não foi páreo para mais uma grande defesa de Urso. A tensão tomou conta dos jogadores, o Roleta tentando pressionar, buscando um resultado melhor até os últimos minutos e, nos longínquos 27 minutos, Brunão se redimiu – ou não – ao achar um espaço no meio da marcação e bater de fora da área direto no cantinho. Chute fraco que acabou por entrar diante de tantas pernas na frente do goleiro.
O desconto aumentou a tensão, só diminuída com o trilar do apito que decretou a primeira e – muito comemorada – vitória do amarelo-limão no campeonato. Apesar de o futebol apresentado pelas equipes não ter justificado a alcunha recebida, o jogo foi agradável mesmo sendo morno em muitos momentos. E quem liga para isso? Ganhar um clássico é sempre motivo de comemoração, mesmo que seja em um jogo ruim, roubado – sem referência a nenhum jogo desse fim de semana –, injusto ou qualquer coisa do tipo.
O Acidus tem o lanterna Red Devils pela frente, em confronto cercado pelo mistério de novo WO. O Roleta encara o Arouca com a obrigação de vencer para não brigar para não cair na rodada final.
17/05/2011
116º Boletim Chuteira News
VERAS FAZ PLACAR NO FINAL E DEIXA ACIDUS NA PRATA
Partida foi das piores tecnicamente falando, mas ao fim o Veras “salvou” a tarde, anotou 4 gols em 7 minutos e passou para o mata-mata. Já o Acidus...
Por Luiz V. Andreassa
Acabou a dolorosa jornada do Acidus na atual temporada do Chuteira de Ouro. E acabou da pior forma possível: com apenas uma vitória em oito jogos, a tradicional equipe treinada por Lucas terminou na última posição e vai disputar a Prata semestre que vem. A tristeza limão contrastou com a alegria azul-grená do The Veras, que assegurou a sua classificação com uma goleada, culminando na quarta colocação do grupo.
Não dá para dizer que faltou raça, determinação e vontade de vencer. O que faltou mesmo foi futebol, organização e equilíbrio para vencer o (quase) sempre competitivo time verense, o qual dominou o embate quase que em sua totalidade. O primeiro lance de perigo prova isso: Jairo recebeu passe na cara do gol e só não foi às redes porque Urso saiu muito bem de sua meta para evitá-lo. A resposta, porém, veio 2 minutos depois numa bola que a zaga do Veras se confundiu toda para tirar e sobrou limpinha para Marcelo finalizar. Desta vez foi Benga quem teve de trabalhar e mandar para escanteio.
Apesar dessas chances, a partida mostrou-se bastante amarrada e com poucas emoções, contrastando com a movimentação e a vontade dos jogadores. Victor Petreche tentou quebrar esse ritmo ao dominar na entrada da área, puxar para o meio e bater, só que fraco e para fora. Um tempo depois, o camisa 17 apareceu de novo, agora fazendo tabela com João Cláudio pela esquerda e chegando em boas condições para abrir o placar, mas o arqueiro ácido mais uma vez saiu bem para dividir e tirar, gerando reclamação por parte dos adversários, que reivindicavam a penalidade.
Pelo lado do Acidus as coisas estavam difíceis, pois não havia criatividade e toque de bola o bastante para envolver a bem postada defesa adversária, fazendo o número de oportunidades ser quase nulo. Juba tentou mudar isso ao arriscar de longe, mas o goleiro defendeu em dois tempos.
Como não era ameaçado pelo rival, o Veras conseguia criar algumas esporádicas situações de gol. A mais acintosa delas veio em cruzamento rasteiro que atravessou a área e encontrou João Cláudio livre, mas ele fez feio e não conseguiu concluir, causando a revolta dos jogadores do SPQSF, que, da arquibancada, secavam a esquadra verde-limão para manter as esperanças de permanência na Ouro.
Aos 20 minutos foi a vez de Nico assustar ao bater de primeira da entrada da área, errando o alvo por muito pouco. Para aumentar a emoção, Petreche fez bela jogada em contra-ataque pelo meio, deu uma caneta no marcador e finalizou de direita direto no travessão. Pena que a redonda não entrou, porque esse seria um verdadeiro golaço. E mesmo enfrentando as suas dificuldades, o Acidus conseguiu responder na mesma moeda em cobrança de escanteio no segundo pau que Juba cabeceou também no travessão.
Mas a primeira etapa acabou mesmo no 0 a 0, apesar do Veras merecer a vantagem por ter produzido mais e ter sido mais perigoso. E o segundo tempo começou com os ataques prometendo mais inspiração. Logo no começo Cucio recebeu passe pelo lado direito e chegou chutando com perigo por cima. Na sequência, no outro lado da quadra, o juiz marcou falta de Flama em Marcelo no bico da grande área. Na cobrança, Peruca rolou para o outro lado e Juba chegou mandando de primeira uma bomba potente, a qual explodiu mais uma vez no travessão. Mas esses momentos não foram um aperitivo para o que estava por vir, como muitos acharam. Na verdade, por um bom tempo, foi o prato principal.
Foi só aos 11 minutos que veio o próximo lance de perigo. João Cláudio dominou na entrada da área de costas para o gol, girou, finalizou e perdeu grande chance ao mandar para fora. O comandante das melhores ações verenses, Victor Petreche, passou para Flama na direita concluir de primeira para boa intervenção de Ulisses, que havia, como de costume, entrado no lugar de Urso durante o intervalo. A falta de inspiração, porém, continuava fazendo o Acidus apenas correr atrás da bola. O camisa 10 Marcelo ainda tentou resolver, mas numa das poucas chances que teve para arriscar um chute, Benga apareceu bem ao cair e ficar com a pelota. O dono do jogo era realmente o Veras, que teve outra oportunidade nos pés de João Cláudio em jogada parecida com a anterior na qual ele errou, só que desta vez a bola foi bem direcionada e parou apenas na defesa do goleiro.
Tudo que havia acontecido até esse momento em quadra era apenas um prelúdio do curto porém melancólico calvário do Acidus. Melancólico porque foi um dos fatores do seu rebaixamento, e curto porque foram 7 fulminantes minutos nos quais o adversário não perdoou e fez tudo o que não havia feito antes: gols, muitos gols. O primeiro foi de Victor Petreche e, se João Claúdio não estava numa boa tarde para marcar, ele resolveu aparecer dando uma ótima assistência para o camisa 17, após se livrar na raça da marcação pelo lado direito e passar para o companheiro livre no segundo pau apenas completar para as redes.
Como não podia deixar de ser, a torcida do SPQSF explodiu na arquibancada. A esquadra verde-limão partiu desesperadamente em busca do empate e cedeu espaços preciosos para os atacantes rivais. Em contra-ataque, Moura saiu na cara do gol e só não ampliou porque Ulisses fez boa defesa.
Todavia, não demorou muito para o camisa 18 se redimir: ele recebeu bom passe de Pedro pelo lado direito e, sem pestanejar, mandou no cantinho, sem chances para o guarda-metas. Já aos 23 minutos, Nico finalizou com desvio, Ulisses se esticou todo para defender e, no rebote, Cucio chegou fuzilando. Ainda houve tempo para Victor Petreche aprontar mais uma das suas, outra vez em assistência de João Cláudio. O atacante aproveitou um erro na saída de bola da zaga rival e rolou para o nome do jogo dar números finais à partida.
O apito do árbitro ratificou a bela e merecida goleada da equipe que foi melhor durante quase todo o tempo – algumas vezes nem tão melhor assim, até porque o duelo não foi dos mais qualificados. A quarta e, por que não, surpreendente posição do The Veras na tabela o faz enfrentar o Fiorella Brasil nas oitavas de final e o goleiro Benga fez questão de dedicar a goleada a um tal de Lucas, ex-Perus, o qual havia comentado no site que o time verense é fraco. Ao Acidus restou torcer contra o SPQSF na partida contra o Fora de Série na sequência, mas a vitória do time de Jajá jogou a esquadra de Lucas (o original) para a penúltima colocação. E é assim que chegamos ao final nada feliz da novela do Acidus nessa edição da Ouro. Semestre que vem, o Acidus é prata.